
Falar sobre um dos maiores ícones do rock nacional não é fácil, talvez por isso foi necessário 20 anos para sair um documentário completo sobre sua vida. Raul, o inicio, o fim e o meio, documentário sobre vida e obra do maior ícone do rock brasileiro, tenta desvendar suas diversas facetas, suas parcerias, como a com o Paulo Coelho, seus casamentos e seus fãs, que ele continua a mobilizar 20 anos depois de sua morte.
Com um excelente trabalho de pesquisa feita pela produção, conseguem ir a fundo a cada detalhe de sua vida. Nos levam a infância de Raulzito, a formação da Sociedade Alternativa e junção entre os estilos de Luiz Gonzaga e Elvis Presley, a criação de seu Raulseixismo e tudo mais. É o principal destaque da obra..
O Documentário possui excelentes (e estranhos, sério Kika Seixas, não dê mais entrevistas) depoimentos de quatro das cinco ex-companheiras do cantor (a primeira, Edith, só participa por meio de uma carta, lida pela filha dos dois, Simone), além de mostrar o lado família de Raulzito, com abordagens de suas três filhas e de um neto.
Como comentei, Walter Carvalho consegue um primor em material, nos trazendo um misto perfeito de cada pedaço da vida de Raul. O Problema foi quando ele tenta ser politicamente correto, na forma que tentam nos mostrar o lado profissional, o envolvimento dele com drogas, com o satanismo e principalmente os últimos momentos de sua vida.
Fiquei positivamente surpreso com a forma que os entrevistados tratavam as drogas, há depoimentos verdadeiros de como aquilo era normal na época, o que mostra o excelente trabalho do Walter, porém já nessa parte começa uma ideia desnecessária em ser politicamente correto. Essa necessidade em ser certo, fica claro quando tocam no Satanismo, mostra a religião de uma forma idiota, pastelona e caricata. Era algo que o próprio Raul acreditava, num documentário sobre ele, era preciso ter mais respeito com o que as crenças do mestre. É que nem fazer um documentário sobre o Cazuza ou o Renato Russo e ser caricato na hora de focar seu homossexualismo.
Esse erro de ser politicamente correto continua no bloco final, na hora de mostrar os últimos meses de Raul, há uma tentativa de gerar intriga, sobre se o Marcelo Nova usou ou não o Raul para galgar o sucesso, há um excessivo apego familiar nessa parte, coisa que o Raulzito nunca teve, o próprio documentário mostra isso .
Ficamos com aquela sensação de que preferiam que ele morresse trancado em casa (como ele quase morreu dois anos antes) do que fazendo shows! Ele foi aplaudido por 20 mil pessoas dois dias antes de sua morte, sendo que um ano antes estava esquecido pelo Brasil.
Por causa dessa inversão de valores no documentário, não conseguem nos levar ao ápice da emoção na sua morte. Achar que talvez era melhor ele não fazer 50 shows em 9 meses e ficar em casa para viver mais tempo é ir contra a tudo que ele pensou. Fazer o que tu queres, há de ser tudo da lei.
Raul Seixas - O Início, o Fim e o Meio
(Raul Seixas - O Início, o Fim e o Meio, 2012)
Drama - 100 min.
Origem: Brasil
Direção: Walter Carvalho e Evaldo Mocarzel
Roteiro: Walter Carvalho
Elenco Principal: Depoimentos de Paulo Coelho, Nelson Motta, Tom Zé, Pedro Bial e Caetano Veloso.
Censura: Livre
Trailer

(Raul Seixas - O Início, o Fim e o Meio, 2012)
Drama - 100 min.
Origem: Brasil
Direção: Walter Carvalho e Evaldo Mocarzel
Roteiro: Walter Carvalho
Elenco Principal: Depoimentos de Paulo Coelho, Nelson Motta, Tom Zé, Pedro Bial e Caetano Veloso.
Censura: Livre
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