O “Re-trato” e o reinvento

O “Re-trato” e o reinvento

Liberdade. Essa é a tônica das canções dos quatro álbuns dos Hermanos. A liberdade desde a forma de compor até a forma de chegar ao produto final, a música pronta. Sendo assim, o primeiro álbum da coletânea “Re-trato” não teria razão para ser totalmente fiel as versões originais.

Bandas e artistas de todo Brasil deram roupa nova às canções de Camelo, Amarante e Cia. Nenhum nome consagrado da música popular brasileira, porém, com gratas revelações da música. A Banda Mais Bonita da Cidade, a mesma que ficou conhecida com um avassalador e assombroso sucesso instantâneo com o clipe de “Oração” é um bom exemplo, a banda paranaense fez uma releitura de “Dois Barcos”. Os paulistas da banda Velhas Virgens, possivelmente é a banda com mais “bagagem” musical, por conta de seus 25 anos de estrada, e a eles coube gravar o maior ‘hit’ do Los Hermanos, a música que embalou o verão do ano 2000, “Anna Júlia”.




Também teve ex-integrante e músico de apoio participando. Nervoso e os Calmantes, banda do músico André Nervoso, fez sua versão “brega rock” de “A Flor”. Nervoso já tocou bateria nos rascunhos de formação do Los Hermanos, e fez alguns shows no ano de 1999 com a banda, durante um período de afastamento de Rodrigo Barba, por conta de uma hepatite. Nervoso foi também baterista das bandas Autoramas e Matanza. Do Amor, é o projeto de Gabriel Bubu, baixista de apoio do Los Hermanos, a banda fez uma versão que remete à lembranças do Carnaval de rua do Rio de Janeiro da música “Todo Carnaval tem seu fim”, a música é a primeira faixa da coletânea.

E “Retrato pra Iaiá”, num formato brit-pop? É num arranjo criativo, cheio de variáveis flutuantes carregado por uma voz doce da artista baiana Nana, que dá um timbre ‘soft’ na coletânea. Ainda pelo Nordeste, desta vez em Pernambuco, vem o Tibério Azul. A banda fez sua versão de “Deixa o Verão”, com um agradável sotaque carregado, o arranjo que lembra mais a versão da Mariana Aydar, feito com muito capricho e interpretação ímpar. Graveola e o Lixo Polifônico e a banda Gentileza trazem versões circenses para as músicas “Último Romance” e “Primavera”, respectivamente. Lindas releituras, partindo da compatibilidade com as letras das músicas e suas novas versões.




Falando em compatibilidade e de interpretação, o que dizer da versão de “Tá Bom”? O 5 a seco, banda que vem de São Paulo traz traços dramático para a letra de Marcelo Camelo. Umas das versões que mais surpreende é a de “Morena”, interpretada pelo músico brasiliense Tiago Iorc. Já se lê internet á fora que a versão desta música ficou até melhor que a dos próprios Hermanos.

A voz pode até parecer, mas não é a Roberta Sá, e sim a Estrela Leminski, acompanhada por Téo Ruiz, que gravaram “A Outra”, num arranjo bastante dançante, que circula pelos arredores do tango de forma bastante agradável.

Uma música que não foi ‘hit’ radiofônico, mas que é indispensável nos shows tanto do Los Hermanos, quanto nos shows solo do Camelo é “Além do que se vê”, e a responsabilidade de interpretar esse “hino” do Los Hermanos foi dos paulistas Cohen e Marcela, com uma versão que não ficou tão longe da original, quanto ao arranjo, mas com vozes alinhadas e afinadas do casal, com os timbres que leva a lembrança da parceria de Marisa Monte e Arnaldo Antunes.




Ainda em São Paulo, Pélico traz uma versão de “Condicional” numa versão com compasso diferente da música original. Mas, não falando de teoria musical, o músico trouxe uma excelente distribuição sonora á música. Quanto a música experimental, também teve espaço na coletânea, versões de difícil rotulação talvez seja a forma mais correta de expressar o  Quarto Negro e sua versão de “O Vento”, e Rafael Castro em “Onze Dias”, que trazem em suas versões  traços do New Wave dos anos 80. O mesmo dá pra se entender da versão de “Azedume”, por Fusile, que traz a versão em instrumental, tocando a melodia da letra no saxofone.


Meu top 3 desta coletânea ficou com:
1. Morena, por Tiago Iorc
2. Retrato pra Iaiá, por Nana
3. A Flor, por Nervoso e os Calmantes

O segundo álbum sai no próximo dia 18 de abril.

Ainda não ouviu a coletânea “Re-trato”? Ficou curioso? Faça o download do disco: http://www.amusicoteca.com.br/?p=6290

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