Lana Del Rey: Born To Die?

Lana Del Rey: Born To Die?

Devido a problemas acadêmicos causados por começar meu ano letivo depois do carnaval, tive que deixar o blog por um tempinho. Nesse tempo que me ausentei, peguei Born To Die, o disco da polêmica, amada e odiada Lana Del Rey para ouvir.

Toda a polêmica que gira em torno da moça de lábios carnudos começou depois dela ter estourado com uma música: Video Games. O sucesso não veio sem motivo, a música é, de fato, bela, de um jeito um tanto sombrio, mas ainda assim, bela. Ocorre que descobriram a verdadeira história de Lana Del Rey. Na verdade, a cantora começou sua carreira como Lizzy Grant e sua empreitada não deu certo. Daí, com o apoio de seu pai, um empresário bem sucedido dos States, ela tentou novamente o sucesso, sob o alter ego Lana Del Rey, construída pelos seus empresários para brilhar. Devido a isso, para muitos fãs se sentiram enganados e a pobre Lizzy deixou de ser o fenômeno para ser uma espécie de vilã do mundo da música. Chegam a dizer que até seus belos lábios são produtos de preenchimento com botox.


Enfim, toda essa história é muito borinZzzz pra mim. Eu ouvi Video Games quando o nome Lana Del Rey começou a aparecer, gostei da música, apesar de achar um pouco sofrida (mas em tempos de Adele em que o sofrimento é uma ótima fonte para uma boa música). E depois, quando soube dessa história de mudar de nome, não fez diferença. Para mim, o que importa é a música. Aguardei o álbum ser lançado. Comprei o meu gratuitamente por torrent e o ouvi.

Então, sobre o disco. Minhas expectativas não foram altas. Nem baixas. Deixei o disco me levar. A música Born To Die, que entitula o álbum, dá boas vindas ao ouvinte com seu lindo refrão e daí em diante você não quer saber se quem está cantando é Lana Del Rey, ou se é Lizzy Grant, ou se é Lady GaGa. Você só sente que tem que ouvir o álbum até o fim.


Na segunda faixa, ouvimos uma outra Lana, que mostra uma voz um tanto juvenil e aguda no refrão de Off To The Races, totalmente diferente da madura e sofrida voz de Born To Die. As faixas que se seguem são conhecidas dos que acompanharam a trajetória antes do lançamento do álbum: Blue Jeans e a premiada Video Games

Depois temos é uma sequência de faixas com uma mistura de pop com hip hop, orquestra de cordas com efetios eletrônicos, Lana teen, Lana madura, em uma ordem não muito coerente, mas todas com refrões legais. Mas quero deixar um destaque para a décima faixa do disco Million Dollar Man, com uma espécie de influência de blues, e um vocal que nos leva a uma das melhores faixas do álbum, se o disco tivesse terminado aqui, seria bem melhor. Mas ainda temos duas outras faixas que podiam estar no meio do disco ou então podiam ser deixadas para uma versão deluxe, ou até mesmo para o próximo disco.

Apesar de não ser redondinho, o álbum é bom. A voz de Lana Del Rey é linda e mutável, ora triste, ora jovial. A batida hip hop combinada com as orquestras de cordas e os efeitos eletrônicos são uma jogada criativa, mas é usada em demasia de modo que o disco tem uma identidade fragmentada. Tem muita coisa pra processar numa música só. Saldo final: gostei do disco.



Vale ressaltar que, embora eu tenha gostado do disco, não coloco Lana num pedestal. Ela é competente, mas ainda tem que comer muito feijão com arroz para chegar junto das melhores. De qualquer forma, a transformação de Lizzy Grant para Lana Del Rey foi necessária para termos Born To Die para ouvir. Valeu a pena! Pode ter sido uma jogada marketeira, mas a música saiu ganhando. Temos um bom álbum para ouvir. Agora, aguardamos o próximo disco e esperamos para ver se a promessa se constituirá como estrela.

P.S.: Quantas polêmicas Lana Del Rey vai aguentar até mudar de nome de novo?

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